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Sou Eduardo Coelho e sou apaixonado por ukuleles. Por ser difícil encontrar ukuleles de maior qualidade no Brasil resolvi fazer contato com fabricantes havaianos e montar uma loja especializada neste instrumento que tanto adoro. Este blog é parte deste projeto e foi implantado em endereço diferente do da loja por questões técnicas. Não sou artista nem tenho a pretensão de ser. Sou apenas uma pessoa que adora tocar instrumentos de corda e que encontro no ukulele a realização deste sonho.

AS famílias tradicionais do ukulele

Sim, é certo que existem muitos tamanhos diferentes de ukuleles. São diversos tratamentos que os tantos apaixonados por ele foram criando através do tempo. Existem sopranos, sopraninos, microsopraninos, concert, tenores, barítonos, baixolele, guitarlele, ufa!

Claramente essa variada oferta é a prova da capacidade do ukulele de se adaptar aos mais diferentes sons e estilos. Mas existe a tradicional família do ukulele, e é sobre ela que vamos falar aqui neste post.

Se separarmos pelo critério afinação e capacidade de acompanhar sozinho uma música ou um cantor, vejo que a tradicional família é composta por três tipos básicos: Sopranos, Concerts e Tenores.

Todos estes 3 tem a mesma afinação: [GCEA] (de cima para baixo). O barítono já é afinado como as 4 cordas de baixo do violão [DGBE], o Guitarlele, que tem 6 cordas independentes, trás o mesmo princípio da afinação regular do Ukulele e adiciona mais duas cordas acima[A,D], mantendo o intervalo do violão. Existe ainda uma variação de afinação para o ukulele soprano regular (braço curto) que é um tom acima [ADF#B], mas praticamente não utilizada.

Então, falando da tradicional família, encontramos também dentro destes segmentos, mais variações. São variações de tamanho de braço, bojo e captações.

As variações de braço são mais apresentadas nos Sopranos. Diferentes fabricante e diferentes projetos já fabricam o soprano regular com 11, 12,13 ou 14 trastes. Mas existem também os chamados Super Sopranos (long neck), que trazem o braço do tamanho regular do modelo concert:18 trastes.

Os Concerts por sua vez nos apresentam variações de 4 ou 6 cordas, sendo que as duas cordas extras não são independentes como no caso do guitarlele; elas são DOBRADAS no G e no E, conferindo um som bastante peculiar e interessante.

Os Tenores, muito usados em bandas, apresentam em geral 19 trastes e diversas opções da captação, além dos modelos 6 cordas no estilo já descrito dos Concerts.

Quando falamos de bojos, mais uma vez o ukulele demonstra sua versatilidade. Além do estilo básio (tipo violãozinho), existe o Pinapple (com esse nome por se assemelhar a um abacaxi), os flat (mais finos e ótimos para quem quer levar em viagens), os cavados (feitos para os grandes solistas que tocam até os últimos trastes), os de fundo abaulado (como os antigos violões ovation) e ainda os que apresentam diferentes sound holes, ou seja, diferentes furos por onde sai o som. Mas a criatividade dos luthiers nos apresenta ainda bojos caixote, sólidos, etc, etc.

Portanto os ukuleles são seres bem parecidos com nós, humanos. São muito variados e mesmo nas famílias tradicionais existem aqueles que se diferenciam por espírito, energia e peculiaridades pessoais.

#nosamamosukulele

Quais são os tipos de ukulele?

Quantos tipos de ukulele existem?

Um dia entre criaturas mágicas

Ontem fui receber e fazer a checagem do primeiro lote de ukuleles que recebemos do Hawaii. Comecei o trabalho com enorme afinco pois era uma carga grande para ser conferida. Muitas caixas, documentos, notas fiscais, invoices, D.I. , enfim todo o caldo com que a enorme e improdutiva burocracia brasileira nos agracia.

Com o andamento do trabalho chegou a hora de abrir as caixas e fazer a conferência do material, verificar se nada tinha sido retirado ou danificado. E foi aí que deu-se a luz!

Quando abri a primeira caixa e a vi lotada das pequenas caixas que encerravam e protegiam cada um dos ukuleles já fui tomado pela emoção. Nunca havia visto tantos juntos (cada caixote trazia entre 12 e 16 ukuleles, dependendo do modelo).

Ao iniciar a conferência, abrindo a primeira das embalagens de papelão, me deparei com um ukulele finamente enrolado em um saco de material sintético, macio e levemente opaco. Retirei o ukulele do saco fiquei encantado. Era um modelo tenor feito de madeira mango. Pareceu-me que ele sorria para mim, cansado depois de tantos dias de viagem e feliz por reencontrar a liberdade. Tomei-o em minhas mãos e fiz a inspeção visual. Tudo certo. Ele estava perfeito. Não resisti e busquei o toque em suas cordas. Novamente a criatura respondeu com alegria entregando um lindo som partindo de suas cordas e reverberado em seu bojo grande. Era incrível o fato dele não estar afinado mas , por alguma bênção do destino, suas cordas apresentavam uma relação que encadeava um acorde, um belo acorde.

Não tenho conhecimento musical para identificar o acorde recebido, mas era lindo. Foi talvez a forma encontrada por aquele uke de me dizer ALOHA.

E daí em diante a cada caixa aberta era uma nova alegria, uma nova emoção. Foi um desfile de lindas criaturas, felizes, energéticas e que me davam boas vindas ao seu mundo. Este mundo maravilhoso do ukulele. Foi um logo, prazeroso e inesquecível dia.

Aloha ukuleles!

A origem portuguesa do ukulele havaiano

O instrumento foi introduzido no Havai pelo madeirense João Fernandes que viajou para Honolulu no barco à vela “Ravenscrag” com um contingente de emigrantes destinado às plantações de açúcar, seguindo trajeto pela rota do cabo Horn.

Entre eles encontram-se cinco dos nomes que ficaram ligados à história da introdução do cavaquinho em Havai: dois tocadores (João Fernandes e José Luís Correia) e três construtores (Manuel Nunes, Augusto Dias e José do Espírito Santo).

O “Ravenscrag” chega a Honolulu a 23 de Agosto de 1879 e João Fernandes, (de acordo com um relato então feito à revista “Paradise of the Pacific”, de Janeiro de 1922), ao desembarcar, trazia na mão a braguinha com que entretivera os demais companheiros na longa viagem.

O homem que levou o instrumento para o Hawaii

Os havaianos, quando ouviram João Fernandes tocar o pequeno instrumento, ficaram encantados e logo lhe deram o nome de “ukulele” – que significa “pulga saltadora” – figurando o modo peculiar como é tocado. Seguidamente, João Fernandes generalizou o seu uso em danças, festas e serenatas locais tendo depois formado um conjunto com Augusto Dias e José Luís Correia.

Manuel Nunes abriu sua oficina de fabricação de ukuleles logo após sua chegada

A par de Manuel Nunes – com oficina aberta logo a seguir à sua chegada e documentada desde 1884 -, Augusto Dias abre uma loja de fabrico e venda de “ukuleles” e o mesmo faz José do Espírito Santo, em 1888. Estes três primeiros violeiros passaram a utilizar as madeiras locais de kou e koa, com as quais construíram instrumentos de muito boa qualidade.

informações obtidas no site www.mundoportugues.pt