Ontem fui receber e fazer a checagem do primeiro lote de ukuleles que recebemos do Hawaii. Comecei o trabalho com enorme afinco pois era uma carga grande para ser conferida. Muitas caixas, documentos, notas fiscais, invoices, D.I. , enfim todo o caldo com que a enorme e improdutiva burocracia brasileira nos agracia.
Com o andamento do trabalho chegou a hora de abrir as caixas e fazer a conferência do material, verificar se nada tinha sido retirado ou danificado. E foi aí que deu-se a luz!
Quando abri a primeira caixa e a vi lotada das pequenas caixas que encerravam e protegiam cada um dos ukuleles já fui tomado pela emoção. Nunca havia visto tantos juntos (cada caixote trazia entre 12 e 16 ukuleles, dependendo do modelo).
Ao iniciar a conferência, abrindo a primeira das embalagens de papelão, me deparei com um ukulele finamente enrolado em um saco de material sintético, macio e levemente opaco. Retirei o ukulele do saco fiquei encantado. Era um modelo tenor feito de madeira mango. Pareceu-me que ele sorria para mim, cansado depois de tantos dias de viagem e feliz por reencontrar a liberdade. Tomei-o em minhas mãos e fiz a inspeção visual. Tudo certo. Ele estava perfeito. Não resisti e busquei o toque em suas cordas. Novamente a criatura respondeu com alegria entregando um lindo som partindo de suas cordas e reverberado em seu bojo grande. Era incrível o fato dele não estar afinado mas , por alguma bênção do destino, suas cordas apresentavam uma relação que encadeava um acorde, um belo acorde.
Não tenho conhecimento musical para identificar o acorde recebido, mas era lindo. Foi talvez a forma encontrada por aquele uke de me dizer ALOHA.
E daí em diante a cada caixa aberta era uma nova alegria, uma nova emoção. Foi um desfile de lindas criaturas, felizes, energéticas e que me davam boas vindas ao seu mundo. Este mundo maravilhoso do ukulele. Foi um logo, prazeroso e inesquecível dia.
Aloha ukuleles!